quarta-feira, 15 de abril de 2009


Daqui ouço os trovões rugindo lá fora, em contrapartida a chuva que cai, calma, serena, mas em grossas lágrimas caídas do céu.
Lágrimas tão grossas quanto as que ontem derramei , deixando meu coração ferido, sensível e magoado.
Ser mãe é uma tarefa difícil. O trabalho leva a uma ausência fictícia dos filhos, que assombra numa culpa eterna de não ter vivido ao máximo o dia a dia de seu rebento. Não ir a reuniões de pais, não significa deixar de participar intensamente da vida dos filhos.
Participei intensamente, do meu jeito, explodindo de amor e carinho, saudades, procurando enxergar somente qualidades. Deixando cair ao chão e permanecendo a seu lado , observando seu esforço para levantar. Crescendo e moldando seu caráter como pessoas de bem e amorosas, honradas.
Não se pode ter tudo. Não se pode dar tudo. Eu não podia, materialmente, dar tudo e para todos.
E o tempo passa, os filhos vão crescendo, criando a sua própria individualidade. Sua própria personalidade.
Outras prioridades surgem, e nos tornamos quadrados, somos suplantados e todo o amor devotado, torna uma espécie de obrigação de aceitação de atos e fatos contrários aos nossos pensamentos e orientações.
Não é ser quadrado, é respeito! É reserva! É consideração e observação a princípios que não precisam ser reiteradamente falados...
Ser mãe é difícil, pois dizem que, ou se é mãe ou se é amiga.
Eu prefiro ser a mãe que orienta e repreende e que ama e acalenta, mas também a amiga que divide, participa, consola, aconselha.
Eu sou assim.
E meu coração se entristece ao sentir de um, palavras frias, demonstrando ser uma pessoa até então, desconhecida para mim.
Assim, então, não era amor? O que é então? Rejeição, frustração? Porquê?
DE outro, a docilidade e meiguice constante, e embora generoso e amoroso, rompe em crises eventuais de egocentrismo ou individualismo. Outra , meiga mas voluntariosa, usa palavras indelicadas , em verdades cruéis e frustrantes, magoando os demais sem pesar a força de suas palavras. Finalmente um outro ser delicado, frágil, que usa como escudo modos e mimos e por vezes grosseiros, para valer seus desejos.Tem objetivos mas não persevera e se expõe a sofrimentos e decepções desnecessários. Todos, contudo, com enorme coração e perdidos em si mesmos, e eu sem saber como aprumá-los....
Embora mãe, sou um ser que sofre todas as pressões de sobreviver . S o b r e v i v e r...

GMB em 15/04/2009

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