sábado, 9 de agosto de 2008

Os dois outros filhos....

Equilibrados,inteligentes, meigos , estabilizados. Meus amores, O mais velho e a caçula.
Mas tão carentes de colo, de carilho , meus filhos. Carentes de vida, de alegria , desejo de serem livres. Aliás todos eles, sempre reprimidos , presos, hoje querem liberdade...

O jovem filho rebelde

Porque rebelde se é doce? É divertido, é brincalhão, é namorador e levado. É sofrido, é magoado, não aceita e nem admite gritos. Tadinho do meu bichinho. É tão difícil gerar a felicidade para todos. Porque um amor tão intenso entre os pais pode causar tamanha solidão? O pai não sabe expor sentimentos. Meu filho sente esta necessidade de amor e carinho. A minha vida são meus filhos , minha familia.

Uma de minhas filhas

Foi um presente de Deus. Eu tanto pedi, tanto desejei, e Deus me deu uma filha ( a primeira delas). Filhos são para nós, mãe, puro sentimento de amor, e embora cada filho seja diferente um do outro, e a todos dedicarmos amor com intensidade igual, um ou outro possuem requisitos que alguns chamam de preferencia, mas que , no meu coração não permite ter diferenças. O amor tem que ser igual , dividido por igual. Minha filha recebeu as bençãos do Senhor. Mas quantas preocupações , Meu Deus! Desabrocha e quer deixar o ninho como todos nós fizemos um dia, esquecendo as preocupações que causamos aos nossos pais. Então há momentos que não sabemos por onde onda, o que faz. Sua pele tão branquinha, tão delicada. Suas emoções tão controvertidas e tão desconhecidas para mim. Seu desconhecimento e ingenuidade do mundo e das pessoas. Se benfeitor...ou predador...? No que acreditar? Ora meiga e sincera e frágil, outra agressiva, calada ou desconversada. Ora sincera, ora mentiras.
O coração dilareça em dor, quase sempre querendo largar de mão, deixar viver ou deixar sofrer, mas é o meu presentinho de Deus. Não compreende as preocupações de mãe que sequer sabe com quem anda, por não querer ser criticada quando o pior das críticas já fora revelado. E vem o temor... Diz a minha mãe: " Deus toma conta" . É nas mãos dele que nós, mães, nos amparamos.

Conflitos

O amor entre o homem e uma mulher nasce de uma troca de olhares, de um sorriso, de uma atração. Pouco a pouco o coração acelera e o seu pulsar torna-se visível nos olhos, no sorriso tremulo, nas mãos frias, do rubor do rosto, na linha do pescoço... O sentimento avança, engrandece, cria raízes profundas. Já não sabemos mais respirar sem a presença do outro. Torna-se um amor profundo, dolorido, apaixonado , vibrante. O casal passa a ser apenas um. E as diferenças que existem entre ambos aparecem, mas o amor tudo supera. E forma-se a família , e vem a gravidez, o primeiro filho,a dualidade de sentimentos. O homem não compreende.
Há o amor do filho pelo pais. Há o amor entre o homem e a mulher. A o amor dos pais pelos filhos e assim a vida segue sua rotina de sentimentos. Mas para o homem , os filhos passam a ser rivais de seu amor, a disputa pelo carinho e pelo sentimento profundo. Não se pode confundir. São amores distintos. Ambos profundos, intensos, mas completamente diferentes.
No amor entre o homem e a mulher passa a existir uma troca, uma substituição, deixamos o aconchego do lar paterno e entramos de cabeça numa relação em que o companheiro passa a ser o namorado, o amante, o companheiro, o pai, sim , o pai. Repreende , controla, vigia como se fosse o pai. E acostumamos com este amparo seguro, e passamos a ser uma só pessoa por toda a vida. Tudo poderia ser muito bom, só felicidades, não fosse a eterna rivalidade com os sentimentos da mulher como mãe, para seus filhos. A mulher tem seus filhos como sementes do amor, imagem e perfeição , cópia de seu homem, sangue e carne de seu homem materializados pelo amor de ambos. A mulher quer proteger este bem, intensamente ama seus filhos, mas intensamente ama o seu amor , companheiro de uma vida inteira.
Surgem os conflitos. O homem não sabe expressar-se como pai, não sabe expressar seu amor aos filhos. Sabe apenas impor-se como dono e senhor das pessoas de seu feudo...
Surgem palavras que magoam sem querer...