E agora?

Nada mais difícil e sublime do que ser mãe e amparar seus filhos por toda uma vida...
Sofremos e choramos com eles em suas paixões, decepções, erros e acertos.
Filhos ah, filhos. porque não nos ouvem os conselhos? Serão os seus erros os nossos erros?

Buscam o sofrimento inconscientemente. Dor, mágoa , vergonha, decepção. Um trapo em mãos vividas. Não mais porcelanas, não mais puras, mas seres machucados, magoados, ameaçados e constrangidos por pessoas que somente quiseram usar o belo, o jovem, o ingenuo, o delicado bibelô...

Quem usa, não ama. Explora, adorna, compra. Quem ama , protege, cuida, floresce, quer ter sempre junto de si...mas sem ferir, sem maltratar...

Ah filhos...ah filhos... como despedaça o coração de mãe , ver , saber  sem poder nada fazer...flui um dragão urrando dentro do coração, querendo gritar, lançar chamas, avançar para proteger...e proteger inclusive de si mesmos por atitudes impensadas , impulsivas ...afastar das ameaças que rondam o pequeno e frágil pássaro....

(Senhora B em 14/01/2011 - 00:26hs)

(Hoje seria aniversário do Antônio, marido de Marly, pai de Marco, se já não estivesse no sítio de Réquiem)

Vale este poema que encontrei na net....profundo...lindo....verdadeiro...

Por quem chora a moça na praça?
Que anjo maldito ousou tocar seu coração,
Pequena fada, e nele instalar a desgraça,
Extirpando de ti a inocência, a ilusão?
Chore, menina, exponha seu sofrimento,
Esprema-o até arrancar de sua alma
O pus malcheiroso e amarelado,
Erradamente chamado de amor.
Como pôde um anjo causar tanta dor?
O que é a Criação, senão um conjunto
De mágoas e lágrimas emolduradas por sorrisos?
Pode Romeu ser culpado por amar?
Amar como amou Páris,
Amores malditos, insones,
Que matam e deflagram guerras...
Pode alguém apontar o dedo
E chamar de louco o pobre Werther,
Ou excomungar a pobre Ophelia?


Ela agora acende um cigarro, calmamente.
Será que esquecerá de todo o sofrimento,
E conseguirá, um dia, amar novamente,
Sem a sombra de tão vil tormento?

(o blog brechó de almas)