sábado, 13 de março de 2010

Observando e refletindo


Como mulher , observo a reação de um rapaz revoltado. Pergunto-me sobre as razões de tantas revoltas. Desde pequeno, problemático, embora sempre muito gracioso. Tem casa, tem pais, não passa por necessidades, mas está sempre se colocando em situações que o ferem. Observo seus sentimentos. Se possui discernimento ente o certo e errado, por outro lado seu ego é confuso, em misto de autopiedade e autodestruição. Por quê?



Se afeto é o tudo agora e o nada amanha. Quando em situações frágeis encontra-se , passa a ter reações humildes e subservientes. Quando em situação cômoda de trabalho, age egoísticamente e agressivamente, como se não precisasse de nada ou de ninguém. As companhias não são aquelas que podemos classificar como construtivas, porque são companhia não criminosas, mas companhias malandras, farristas, que nenhum conhecimento e proveito útil como coisas construtivas , que o façam crescer, ser alguém , ocupar uma posição que lhe seja gratificante. Trabalha porque precisa receber. As vezes aparenta ter obtido crescimento, maturidade, mas em seguida retorna a ânsia momentânea de realizar ou satisfazer os seus interesse de qualquer jeito. Em seguida cai novamente no marasmo preguiçoso e desinteressado de tudo. Quando algo não corre de acordo com seus interesses, torna-se uma pessoa calada, seca, agressiva. Eu não gosto deste lado. É um lado da qual eu sempre espero que desapareça, deixando fluir somente a bondade. Porque é assim?


Como genitora eu me decepciono. Durante muito tempo senti-me culpada , achando que as frustrações iniciais do trabalho, da mágoa sentida pela ausencia de reconhecimento profissional, pela doença de meu pai, por ter sido um segundo filho prematuro nascimento no mesmo mês do falecimento de papai, todos entristecidos e doloridos, sentidos com a sua passagem. Pensamos que tudo sabemos , mas não. Cada situação nova é uma outra experiencia. Hoje tenho um pouco mais de consciência sobre a via espiritual. Vejo este filho como um ser que necessita de resgatar valores aqui na Terra, dependendo de seu livre arbítrio. Critico-me , achando que falho como mãe. A falha está no apoio? No amor? No carinho? A ingratidão fere e assusta. Jamais me dirigi aos meus pais de forma agressiva ou desabusada. Sempre o carinho e o respeito permeou minha relação de filha com eles. Quando a mágoa aflora, revejo dois fatos passados: Anos atrás, meu irmão brigando com meu pai, lançando fora alguma coisa que ele tinha feito com amor. Ainda vejo seu aspecto desconcertado com esta atitude no mínimo, infeliz. O Outro foi meu filho transpassando a sala onde mamae se encontrava, pedindo-lhe um simples abraço... Coitadinha... ele passou direto, mudo , calado, em direção ao próprio quarto. Entretanto , quando do falecimento de mamãe, com todo o desespero que eu sentia por sua perda, porque eu não admitia a sua morte, não aceitava a sua passagem, vi meu filho se desesperar no enterro. Remorso , talvez?


 
Verdade é que estou mais uma vez decepcionada, triste e até mesmo preocupada por estas reações tão desconhecidas para mim. E no futuro? Agirá também da mesma forma, com estes atos e palavras? Entendo que não devo recear que se percfa, mas que ele entre no mundo a dentro, buscando seu próprio equilibrio, amadurecendo, e não trazendo os desgostos que ora sinto, porque não posso entender alguém que tem tudo , ter um caráter e uma personalidade tão fraca. É de se lamentar...


(Senhora B ) 13/03/2010 - 13:46hs.

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